Mundo instantâneo, aprovações e análises em fração de segundo, como evitar a lavagem de dinheiro e não impactar sua instituição.

O Brasil passou a ocupar a oitava posição nesse ranking com o lançamento do PIX, com 1,3 bilhão de transações, impulsionando um aumento de 58% em relação ao ano anterior, de 2019 a 2020. A previsão de crescimento é de 25,3% CAGR em 5 anos. Os EUA ocupam o 9° lugar com 1,2 bilhão de transações, e o México o 10°, com 942 milhões.  Ou seja, o consumidor migrou, de todas as faixas etárias, para os canais online dos bancos. 

A adoção da e-wallet ou carteira digital também é tendência e atingiu uma alta histórica de 46% em 2020. Para se ter uma idéia era antes 40,6% em 2019 e 18,9% em 2018. Países como Brasil, México e Malásia, onde muitas pessoas historicamente dependiam de dinheiro físico são agora alguns dos adotantes mais rápidos das e-wallets.

Os clientes migraram para o digital, os criminosos  maximizam suas atividades no mundo digital, mudando do analógico também para o digital. A quantidade estimada de dinheiro lavado globalmente em um ano é de US $2 trilhões.

Vivemos agora em um mundo instantâneo: nada esperamos e as decisões são tomadas em uma fração de segundo. E assim consumimos, pedimos comida, fazemos o check-in para nosso voo, alugando serviço de carro, etc. A experiência do consumidor é a força motriz nos bancos, uma vez que os clientes dos bancos querem poder fazer transações quando, onde e como quiserem.

Hoje, o dinheiro é facilmente trocado em velocidade e escala em todo o sistema bancário.

Antes, criminosos como Pablo Escobar pagavam mulas para movimentar dinheiro fisicamente em vários bancos, depois, para lavar a quantidade de dinheiro que ele ganhava, Escobar criou uma empresa de táxi, óbvio que era de fachada, para tentar explicar a origem de sua fortuna. Mas ele ganhava dinheiro mais rápido do que conseguia lavar. Ele precisou ser mais ágil que a frota de táxi: escondeu as notas. Escobar colocava pilhas de dinheiro em galpões, enterrava bolos de notas nas terras de fazendas, escondia até mesmo nas paredes das casas dos membros do cartel.

Dizem que cerca de 10% da quantia que ele ganhava, era perdida por causa de ratos nos depósitos ou da umidade dos lugares. As notas enterradas nas fazendas, muitas ainda estão perdidas.. Agora, os fraudadores podem inventar identidades digitais infinitas, criar empresas e documentos falsos, usar contas-mula para trocar dinheiro facilmente na velocidade e escala do sistema bancário.

Os criminosos maximizaram o mundo digital

Os criminosos são melhores em esconder suas atividades ilícitas do que os bancos e reguladores estão tentando capturar e prevenir. A lavagem de dinheiro na era digital deve crescer com a proliferação de sites ponto a ponto, como bancos online e criptomoedas. É muito mais fácil esconder e é mais rápido, então a janela para capturar criminosos é bastante reduzida.

Hoje na América latina não é crime investir em criptomoedas, mas a inexistência de regras por parte do Banco Central no caso do Brasil e de outros órgãos regulamentadores faz das criptomoedas a nova moda da lavagem de dinheiro na região.

Basicamente, a criptomoeda serve tanto para ocultar dinheiro de origem ilícita quanto para movimentá-lo pelo mundo, em transações que estão sendo chamadas de bitcoin-cabo: no Brasil, o doleiro deposita uma quantia em reais na conta de uma corretora, que converte o valor em bitcoin e oferece um código para o depositante. Com essa senha, é possível sacar o valor equivalente em dólares ou euros por meio de outra corretora no exterior. Assim, o dinheiro é repassado sem o controle do Banco Central, muito menos com o pagamento de tributos”. Neste caso temos três crimes, o de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e sonegação de impostos.

Foi detectado vários crimes de lavagem de dinheiro usando o Instagram/Snapchat

Mas não são apenas as pessoas mais velhas que apresentam um risco maior de serem enganadas em crimes de lavagem de dinheiro. Os adolescentes estão sendo recrutados como “mulas de dinheiro” em um esquema de fraude conhecido por “Squaring”, envolvendo o uso do cartão de crédito, por isso o uso da gíria “square”. São jovens entre 16 e 18 anos, que acabam sendo persuadidos em populares redes sociais para adolescentes como o Snapchat ou Instagram.

Os cibercriminosos publicam anúncios nas redes sociais recrutando pessoas para um serviço anunciado como “sem risco”. Para realizar o trabalho, a vítima recebe um dinheiro em sua conta bancária pessoal e, depois, deve transferir o valor para outra conta corrente. A pessoa pode reter uma parte do dinheiro a título de comissão, o que torna o esquema ainda mais atraente. Em alguns casos, há um risco adicional de a vítima ter de entregar pessoalmente o recurso a um dos fraudadores.

Quando uma transação dá certo, é comum o adolescente repassar os detalhes entre amigos como uma forma de obter “dinheiro fácil”. O adolescente não costuma identificar a origem e o destino do dinheiro como sendo parte de um esquema de lavagem de dinheiro. No entanto, alguns indícios mostram que sim, é uma prática ilegal.

Em um dos casos de lavagem de dinheiro pelo Snapchat, a vítima foi instruída a fingir para a instituição bancária sobre detalhes como local de trabalho, entre outras mentiras. Há uma série de passos para executar o crime. Já existe, também, uma linguagem nas redes sociais para atrair e identificar quem pratica o crime.

É importante frisar que, de acordo com a Convenção de Palermo, a pessoa participante do esquema de fraude também é considerada criminosa. 

Os bancos precisam Incorporar no Onboarding, plataformas em nuvem com Inteligência Artificial que previne a fraude e o crime financeiro, mas também reduzir o atrito, reduzir os falsos positivos e aumentar a eficiência das equipes internas e ao mesmo tempo aumentar o número de clientes.

Registros e disponibilidade de dados

Mesmo antes da pandemia, e mais ainda agora, os clientes solicitam a abertura de contas nos diversos canais oferecidos pelas instituições financeiras. A abertura de conta pode ser para contas bancárias, cartão de crédito, cartão de débito. Pode ser por email, por call center, na agência, por aplicativo mobile, online pelo site.

O desafio para as instituições financeiras é aumentar o envolvimento do cliente, reduzir o atrito genuíno com o cliente e, ao mesmo tempo, reduzir os falsos positivos. 

Além disso, outro ponto de atenção é a abertura de conta-mula, ou seja, a conta criada para realizar a lavagem de dinheiro,  que é extremamente prejudicial para o Banco, como falamos no outro post da série, Dia nacional contra a lavagem de dinheiro. Que são as sanções, multas e desonrar/desabonar a imagem da instituição. Portanto, a abertura de contas deve ser cuidadosamente analisada por motivos de fraude transacional e lavagem de dinheiro.

Uma solução completa para o Banco, é uma solução onde uma única plataforma pode ter todos os casos de uso juntos, para que a equipe de data science e a equipe de analistas possam ter uma visão geral e não uma visão separada e, portanto, ambas com interação.

Portanto, o desafio para as instituições financeiras de ter maior aquisição de clientes, reduzir o atrito genuíno com o cliente, reduzir falsos positivos, evitar a abertura de contas mulas., Agora as instituições financeiras podem contar com tecnologia em nuvem com Machine Learning, Inteligência Artificial, tudo integrado em um plataforma única, com alarmes em tempo real.

Outros impactos que as instituições financeiras podem ter são multas regulatórias e danos à reputação, como comentamos. O crescimento do seu negócio desacelerará se você não reduzir o fluxo ilícito de dinheiro, pois hoje com as redes sociais e a rapidez de comunicação, a população em geral é formador de opinião e consegue espalhar informações de uma forma impressionantemente rápida e a  pressão pública, faz com que a responsabilidade social seja mais importante do que nunca para as instituições.

Deixar de reagir e superar proativamente o fluxo ilícito de dinheiro não só prejudicará sua reputação, mas também arruinará sua marca e sua capacidade de expandir seus negócios.

Além do pesadelo de RP, a não conformidade apresenta riscos adicionais. Isso inclui penalidades financeiras significativas, atrasos em fusões e aquisições, penalidades financeiras civis e maior escrutínio regulatório. 

A pressão pública e a responsabilidade social são as mais altas de todos os tempos.

Por que fazer negócios com alguém cujos valores não correspondem ao da sociedade?

Em um mundo onde os consumidores estão boicotando as marcas ativamente, a última coisa que as instituições financeiras precisam é ver seus nomes espalhados nas manchetes internacionais devido a escândalos de não conformidade de lavagem de dinheiro.